sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Confissões

Eu, João Pedro de Andrade, moço tímido (cada vez mais) e que por vezes sou tomado de acessos de sensibilidade e memória, confesso, meio a contragosto:

1. Sou dado a inércias profundas nas quais meu pensamento flutua sem rumo algum. Nesses momentos, eu penso e penso e penso. Curiosamente (e por razões ainda desconhecidas) isto ocorre com mais freqüência diante do ser feminino, com graves prejuízos para a minha participação neste comício chamado amor.

2. Tenho uma certa maldade guardada a sete chaves e que se manifesta diante, apenas, de uns poucos escolhidos. Se você, um dia, for um destes, seja discreto, por favor. E, para o seu próprio bem, fique perto de mim.

3. Escrevo para ganhar elogios. Sempre tento disfarçar, mas, no fundo, no fundo, no fundo, eu quero cafunés. Somente isto. Mas quem disse que cafuné não é razão para a palavra escrita? O problema é que eu mesmo jamais me dou cafunés. Eu sei que eu não mereço (ainda mais com o que escrevo). Ora, se eu mesmo não me dou elogios, esta é a tarefa do mundo. Mundo, por favor, seja caridoso!

4. Às vezes caio em um silêncio profundo que disfarço com muitas palavras. Estes são os momentos onde encontro minha nostalgia. Você quer saber por que disfarço? Ora, não quero dividir minha nostalgia com ninguém.

5. Talvez a confissão mais terrível: eu tenho o péssimo hábito de comparecer aos meus desencontros.

3 comentários:

Maikon Augusto Delgado disse...

Vc já pensou em escrever um livro? Aposto que tem um ou dois romances escondidos na gaveta da escrivaninha...

Anônimo disse...

4. Às vezes caio em um silêncio profundo que disfarço com muitas palavras. Estes são os momentos onde encontro minha nostalgia. Você quer saber por que disfarço? Ora, não quero dividir minha nostalgia com ninguém.
Confissão de uma anônima qualquer roubada de um escritor.

Anônimo disse...

"5. Talvez a confissão mais terrível: eu tenho o péssimo hábito de comparecer aos meus desencontros."

Mais uma confissão roubada de um 'escritor e utilizada por um 'anônimo que está vagando entre seus' pensamentos.