terça-feira, novembro 02, 2010

Aqui termina a sede do peixe

tudo que foi escrito neste blog é dedicado amorosamente a Fernando Sabino e a Carlos Drummond de Andrade. Eles é que começaram tudo.

Leitores de "A Sede do Peixe",

depois de pouco mais de quatro anos e meio, este blog chega ao fim. Não tem mais sentido de ser. Esgotou-se. Durante 4 anos e meio, este brinquedo, chamado João Pedro de Andrade, me permitiu inventar coisas e pessoas, dividir medos e desejos, imaginar estórias. Expus-me, reinventei-me, tentei fazer de meus pequenos pensamentos do dia-a-dia matéria para algo que se pretende literatura. Visto hoje, acho que fui feliz às vezes, tolo e ansioso em outras. Durante 4 anos e meio, senti na pele o que Drummond, certa vez, aconselhou: "convive com teus poemas antes de escrevê-lo". Muito do que foi escrito aqui foi vivido em meus pensamentos. Pessoas reais que me deram o mote para personagens, pessoas que nunca existiram senão nos meus sonhos, estórias que vivi e gostaria de ter vivido. Quis apenas dividir com o mundo estes pensamentos vividos e, nesta divisão, aprender que meu olhar nada é senão um entre outros.

Pois aqui chega ao fim este resumo dos meus medos, vícios e desejos, chamado João Pedro de Andrade. Ele me ensinou que tudo findo, tudo passado, restam as palavras. Há anos vivo de me emocionar e de viver com elas, remoendo-as, cheirando-as, comendo-as, tecendo-as. Este blog foi uma tentativa de devolver, com meus parcos recursos, um pouco do que a literatura faz em minha vida: torná-la possível.

Tentei, recentemente, modificando o blog, reanimar o que já estava moribundo. Percebi que não era uma questão de design. Fui, com o tempo, para longe de João Pedro de Andrade, levado por caminhos novos que se abriram em minha vida. Todos inesperados, novos, que me exigem outros sentidos. Por isso, abandono o blog. Espero que nestes 4 anos e meio eu tenha conseguido, senão escrever coisas belas, tocá-los com algumas palavras.

De agora em diante, serão outros olhares, sob outros nomes. Mas sei também, como me ensinou um irmão mais velho, chamado Eduardo Marciano, que o que vai acontecer depois não tem a menor importância.

Um abraço a todos,

Allan de Paula Oliveira

5 comentários:

João Pedro ² disse...

Quase uma carta.

Tu sabes que me apaixonei de ti (João Pedro)??

Certamente que não.

Mas saiba que os teus desejos, medos, estórias e vivências (João Pedro) fizeram germinar uma sementinha de alguma coisa que julgo ser paixão.

Com o fim deste espaço terei eu que continuar com os medos e desejos, porque estórias não são muito o meu objetivo de vida... de paixão.

Por Allan não sei se a semente era a mesma.

Sei que em meio a dúvida me coloco mais uma vez. Sem saber se a semente vai crescer até não poder mais, ou se vai apenas parar por aqui e ser conservada em um tubo de ensaio.

Sei que este 'nosso namoro' (mais meu do que teu) acaba bem. Com 'um dizer de Adeus' digno do homem que tantas vezes se meteu em meus sonhos.

João Pedro. De agora em diante será o nome de meu segundo anjo da guarda... para guardar a mim e às minhas lembranças e não te deixar esquecer jamais.

Um abraço.

cami disse...

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar."

Adeus, João
...e obrigada pela companhia nesses últimos 4 anos. =)

Adorei!
Bjoss

Luma disse...

Se outras vezes me abstive de comentários foi por acreditar que nunca seriam necessários, senão no dia do adeus, que tantas vezes titubeou e agora se faz verdadeiro (ou será que não?).

Foi muito intrigante e gracioso ler um que era o outro escondido, tentando entender aquele que sempre foi muito admirado nas bandas de cá.

Felicidades nas suas novas descobertas,
quer elas possam ser compartilhadas ou não.

Abraços

Karina disse...

Très mauvais sort, João... Maintenant que j'ai rencontré vous.

Anônimo disse...

Aaaaaaaaaa........... =[