segunda-feira, julho 12, 2010

Os inocentes do Leblon, sempre eles.

Ainda ontem me perguntaram deste blog. Por que escrevo (ou não escrevo)? Sempre que penso nisto me vem à mente um poema de Drummond, chamado "Os Inocentes do Leblon". Salvo engano é da primeira leva do Drummond (1930 ou 1934). Diz ele:

Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar
Trouxe bailarinas?
trouxe imigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.

"Os inocentes, definitivamente inocentes...". Acho que escrevo por ter inveja deles e por achar sua condição bela. Talvez as palavras sejam tentativas de minha inveja e, quiçá, inventar um pouco desta beleza.


Um comentário:

Helio disse...

Na verdade, é o do livro Sentimento do Mundo, publicado anos depois.