As 3 mulheres do sabonete Araxá me invocam, me bouleversam...
Manuel Bandeira
Ainda hoje penso em Violeta. Tinha olhos verdes. Mistério profundo. Pensava eu: “de quem serão os olhos verdes de Violeta?”. Queria para mim, apenas para mim. Mas como? Eu? Quem era eu para os olhos verdes de Violeta? Não. Nada era. Por isso o mistério. Profundo. Quem seria? Um príncipe? Um algoz? Um estafeta? Um engenheiro de exatos pensamentos e seguro sexo? Um poeta louco e barroco, desses de estudantes sonhos? Talvez nenhum deles. Talvez apenas um homem que a olhasse nos olhos, verdes, sem medo. Era difícil não ter medo de Violeta.
Ainda hoje penso em Violeta e meu corpo se punge. Penso em sexo, gozos e gosmas, salivas. Penso. Meu corpo pensa. Violeta. Todos os poros. Os olhos verdes nus. Violeta do sabonete Araxá. Meu reino por Violeta! Violeta de onze anos. De trinta. Pelancas de setenta. Perverso? Talvez. Ainda hoje penso em Violeta.
3 comentários:
O amor é feito de delírios...
Quantos desejos querido poeta.
Quantos desejos querido poeta.
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