sábado, março 03, 2007

Solo de Trompete

Ando solitário e numa esquina qualquer um solo de trompete, lento e doce, invade meu coração.

Estanco meus passos e é como se eu tivesse olhos de vidro. De repente, tornam-se embaçados. É noite e uma tristeza sem fim me assalta. Onde estarei?

Estarei solitário amanhã?

Hoje ouvi risos, ouvi certezas, ouvi esperanças. Vi compaixão nos olhos e atenção nas falas. Porém, é como se eu fosse um desterrado entre conhecidos.

E penso, penso, penso.
Nada, no entanto, me toca mais nesta noite do que um solo de trompete, lento e doce, que invade meu coração e me responde, sem hesitar: estarás só amanhã como estás agora.

Sim. Estarei.

3 comentários:

Anônimo disse...

"dôo-me até de pensar, e a dor já o é de pensar"?!

Unknown disse...

dor e solidão.... belas irmãs. Mas lembre-se que amanhã sempre pode haver um jogo do flamengo, um gol de placa qualquer.


Estou esperando o seu perfil para oficializar tuas participações no blog.coporacaofantastica.com

me escreva

Anônimo disse...

"E por falar em saudade, onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo que me deixou morto de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia nas noites dos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia, numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares, que apesar dos pesares me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer nestes mesmos lugares
Na noite, nos bares, onde anda você"
Vinícius de Moraes