Lutar com palavras é a luta mais vã...
E quando a escrita não lhe vem? E quando toda a comunicação, avessa do bastar-se em si em mim imigo, se dilui diante da ausência do outro? E quando o texto flui naquele rio de desprezo a que todos, por um instante, mergulhamos, e nada, nem versos, nem palavras, rabisco algum, escapa do seu destino atroz: o esquecimento?
E quando palavra alguma basta? E quando o espanto, quiçá o medo, ante o mundo não mais pode ser traduzido em códigos cuneiformes e h-i-e-r-o-g-l-i-f-o-s e arabescos e traços fenícios e doxias do Lácio e ideogramas delicados como vasos da dinastia Ming?
E quando sobre o papel nada mais houver, senão o branco testemunho da incapacidade de amar?
Um comentário:
penetrante e adimirável.
ah, triste, beleza triste.
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